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24-07-2016

FLORESTAR COM REGRAS (I)

Floresta


Planear o território com vista à proteção da sua mancha florestal é um imperativo atual. Um terço do território português (ainda) é verde, pelo que importa saber que existem tecnologias de auxílio à gestão e potenciação deste importante património.


O planeamento do território é um processo ativo que requer uma reflexão cuidadosa sobre o que pode ou deve acontecer no futuro e envolve a coordenação de todas as atividades relevantes com o objetivo de alcançar metas e objetivos concretos. O planeamento do território é parte integral da administração florestal, já que se trata de determinar e expressar as metas e objetivos que os governos (central, regional e local), as comunidades ou as empresas rurais têm, para decidir os objetivos e as medidas que devem ser tomadas para alcançar esses objetivos.

A floresta portuguesa ocupa 3,2 milhões de hectares, o que corresponde a 35,4 por cento do território nacional. O território nacional é de seguida ocupado em 32 por cento com ocupação agrícola e 24 por cento com áreas de incultos. A propriedade florestal é maioritariamente detida por pequenos proprietários de cariz familiar (cerca de 85 por cento, dos quais 6,5 por cento pertencem a empresas industriais), enquanto as áreas públicas correspondem a 15,8 por cento do total, dos quais apenas dois por cento são do domínio privado do Estado. A grande maioria dos chamados "prédios" situa-se no Norte e Centro, onde as explorações chegam a atingir dimensões com menos de um hectare. Estima-se que haja cerca de meio milhão de proprietários florestais.

Perante este cenário, e tendo como ponto de partida que a floresta ocupa um terço do território nacional, importa olhar para um dos aspetos mais importantes da sua preservação: o ordenamento do território. E nada melhor do que analisar os exemplos de sucesso que são observados noutros países, para tentar recolher as (boas) informações que permitirão fazer uma gestão mais rigorosa do território florestal português.

Mais de 35 por cento do território nacional é ocupado por floresta, sendo de destacar o fato de 85 por cento da área florestal é detida por pequenos proprietários. Os cálculos mais recentes apontam para cerca de um milhão de proprietários florestais.

No Sudeste Asiático, a mancha florestal varia consideravelmente de país para país. Ao longo das últimas décadas, as perdas florestais foram significativas devido à conversão dessas terras para usos como plantação de monoculturas (palmeiras, borracha), bem como à devastação da mancha verde para explorações madeireiras ou explorações mineiras. Em ambos os casos, insustentáveis. Por isso, governos de vários países daquela região do globo protocolaram com a German Organisation for Technical Cooperation (sob a sigla GIZ) um plano de 25 anos (!) para preservação e fortalecimento da floresta.

O Vietnam é um desses países e o Governo, através da "Viet Nam Forestry Development Strategy 2006-2020", pretende gerir, proteger, desenvolver e utilizar 16,24 milhões de hectares de terras que iriam servir para outros fins. A título comparativo, refira-se que Portugal tem 9221 hectares... O objetivo é aumentar as terras florestais até uma área total de terra de 47 por cento até 2020. Para tal, estão envolvidos os mais diversos setores económicos e organizações sociais no desenvolvimento florestal para aumentar a sua contribuição para o desenvolvimento socioeconómico, proteção ambiental, conservação da biodiversidade, serviços ambientais, redução da pobreza e melhoria dos meios de subsistência das populações.

Para levar a cabo esta tarefa, existe um conjunto de tecnologias que podem ser aplicáveis aos projetos, como os sistemas de cartografia, de georreferenciação de propriedades, cadastro de terras - tema abordado em detalhe nestas páginas - , os sistemas de informação geográfica e gestão de riscos com recurso a esta solução. A PARADIGMSHIFT dispõe de tecnologias que permitem fazer levantamentos, acompanhar a situação no terreno e emitir alertas em tempo real.

No Sudeste Asiático, vários Governos trabalham desde há 25 anos (!) com a GIZ alemã, no sentido de encontrar as melhores soluções de gestão e fortalecimento das florestas regionais, decisivas para o crescimento económico.

Nos Estados Unidos da América, mais concretamente na Universidade de Vermont, através do "Spatial Analysis Lab", são desenvolvidos vários projetos de monitorização remota e análise geoespacial, que inclui a implantação de sistemas de aeronaves não tripuladas equipadas com tecnologia de mapeamento e medição de áreas florestais, com vista ao seu ordenamento e gestão eficaz.

drone-cadenaser-comAs imagens são recolhidas através de câmaras de alta resolução, com recurso ao auxílio de sensores digitais e de sistemas de GPS de controlo remoto. Os dados topográficos são depois enviados para uma central de recolha de informação, onde serão posteriormente tratados por técnicos especializados. No final da operação, os gestores do espaço florestal (sejam eles autarquias, Estado ou privados) ficam na posse de um retrato completo acerca do tipo de terreno que gerem, da mancha florestal existente e das soluções possíveis para a resolução de eventuais problemas.

Esta mesma tecnologia está a ser aplicada no Quénia, onde a Kenya Tea Development Agency tem vindo a colaborar com os produtores nacionais de chá, no sentido de lhes prestar assistência na gestão da cadeia de abastecimento de biomassa, otimizar os recursos naturais e potenciar o valor daquela cultura . Entre outros aspetos concretos da importância de uma gestão eficaz dos recursos florestais, a Kenya Tea Development Agency trabalha no sentido de promover um fornecimento de combustível fóssil mais seguro (derivado da madeira), económico e sustentável a longo prazo.

A Universidade de Vermont (EUA) tem vindo a colaborar com várias entidades a nível mundial na preservação dos recursos naturais aliados à floresta. No Quénia, trata-se de uma parceria com os produtores de chá...

O recente abandono dos Acordos Climáticos de Paris por parte dos Estados Unidos da América devem deixar o mundo preocupado. A Organização Não Governamental "Global Forest Watch" disponibiliza um mapa mundial com o atual panorama das florestas a nível global. Rapidamente se percebe que a deflorestação a nível global é galopante. Na Amazónia, por exemplo, foi implementado um sistema de alerta de deflorestação, que é de imediato enviado para os decisores políticos. A "Global Forest Watch" garante que a resposta das autoridades governamentais no terreno tem demorado entre 24 e 48 horas... Vale a pena estar atento e ajudar a proteger o planeta...

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