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17-07-2017

E SE TRATÁSSEMOS NÓS DO AMBIENTE?

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Os EUA abandonaram o Acordo Climático de Paris e os alarmes mundiais soaram. Em causa está o futuro do planeta e a qualidade de vida das pessoas, sobretudo das mais desfavorecidas. Municípios e cidadãos têm uma palavra forte a dizer...


Donald Trump decidiu retirar os Estados Unidos da América (EUA) do Acordo Climático de Paris, que envolve as principais nações mundiais num princípio de preservação do ambiente, através da redução de gases com efeitos nocivos na atmosfera, e o planeta ficou perplexo. As mudanças climáticas têm um efeito direto na economia global e os verdadeiros vencedores e/ou perdedores seremos todos nós, cidadãos. Por isso, é fundamental que os vários escalões de liderança política (nacional, regional e local), bem como os cidadãos, se unam numa frente comum em defesa do meio ambiente, sobretudo se tivermos em linha de conta que são os mais pobres quem mais sofre as consequências da poluição e das alterações climáticas.

Um trabalho publicado pela Organização Não Governamental britânica Oxfam revela que a metade mais pobre da população mundial é responsável apenas por cerca de 10 por cento do total das emissões de gases com efeito de estufa, enquanto as dez por cento de pessoas mais ricas representam 50 por cento do total das emissões.

Ora, tendo em conta as responsabilidades diretas dos governantes na promoção da qualidade de vida e bem-estar dos cidadãos, importa estar atento aos alertas que são lançados em defesa do ambiente. Paul Hirsch, membro da State University of New York College (EUA) of Environmental Science and Forestry, do Departamento de Estudos Ambientais, recorre ao exemplo da sociedade civil norte-americana para questionar-se acerca das ?formas de liderança que as pessoas estão desde já a promover?, assim como lança a discussão sobre quais os motivos que conduziram o país a não saber aplicar políticas duradouras e dentro de um quadro de cooperação a nível internacional.

Dez por cento da população mundial mais rica provocam 50 por cento do total de emissões poluentes, ao passo que a metade das pessoas mais pobres do mundo representam? dez por cento. Urge tomar medidas sérias para inverter este cenário.

Este verdadeiro retrocesso na defesa do meio ambiente protagonizado pelos EUA é ainda mais preocupante se tivermos em conta um estudo realizado pelo World Resource Institute que marca a China como o país mais poluente do mundo (26,8 por cento do total), seguindo-se os EUA (14,4 por cento). No top 10 dos principais poluentes surgem ainda a União Europeia (9,7 por cento), a Índia (6,65%), a Rússia (5,03%), o Japão (3,09%), o Brasil (2,33%), a Indonésia (1,70%), o Canadá (1,69%) e o México (1,68%).

É neste contexto de apreensão que surgem os valores de sustentação das cidades inteligentes, ou cidades do futuro. Um documento elaborado por Johannes Hahn, membro da Comissão Europeia encarregado da Política Regional, denominado "Cidades do Futuro: desafios, visões, caminhos para o futuro", refere que as cidades devem ser, entre outros aspetos, lugares de "regeneração verde, ecológica e ambiental".

Felizmente, existem muitos exemplos de boas práticas um pouco por todo o lado. O município de Växjö, na Suécia, empreendeu uma caminhada rumo a um futuro livre de combustíveis fósseis há mais de 20 anos. Em colaboração com o governo regional de Kronoberg, a Universidade de Växjö, cerca de 800 pequenas e médias empresas e Organizações Não Governamentais, estão a empreender uma política de energia sustentável. Essa tarefa inclui a elaboração de planos estratégicos escritos em conjunto com os cidadãos locais e os já referidos parceiros públicos, privados e académicos. Resultados?"Em dez anos, as emissões de dióxido de carbono por habitante caíram 35 por cento, a par do crescimento económico", pode ler-se no acima mencionado estudo sobre "Cidades do Futuro: desafios, visões, caminhos para o futuro". Os responsáveis políticos de Växjö acreditam que a sua estratégia pode ser usada em cidades de igual ou inferior dimensão..

Na localidade sueca de Växjö, o trabalho de promoção ambiental resultou na diminuição em 35 por cento das emissões de dióxido de carbono por habitante em dez anos. A cooperação entre entidades públicas, privadas e universidades foi decisiva.

European Green CapitalVäxjö faz parte da rede "European Green Capital", juntamente com as cidades de Lisboa, Gent (Bélgica), Lahti (Finlândia), Oslo (Noruega) e Tallin (Estónia). Recentemente, apresentaram candidaturas as cidades de Leuven (Bélgica) e Ludwigsburg (Alemanha).

Do outro lado do Atlântico, em Washington, uma cidadã resolveu meter mãos à obra na salvação do parque florestal da capital dos EUA. Em 2002, Betty Brown Casey fundou a "Casey Trees", tendo plantado mais de 23.000 árvores em espaços públicos desde então, quatro mil das quais em 2016. Esta ONG está empenhada em contribuir para o cumprimento das metas traçadas pelo projeto "Sustainable DC", através da ação direta dos seus membros, de workshops de educação florestal urbana, da mobilização de centenas de voluntários para plantarem em espaços públicos e escolas, da associação com a Administração Florestal Urbana e com o Departamento do Meio Ambiente de Washington, cujo programa "RiverSmart Homes" visa plantar árvores em casas particulares.

Em Washington DC, a sociedade civil uniu-se para cumprir a cartilha de recuperação ambiental, lançada pelo governo local. Em 14 anos de ação, foram plantadas mais de 23 mil árvores em espaços públicos!

A PARADIGMSHIFT dispõe de ferramentas tecnológicas destinadas a ajudar e a colaborar com os responsáveis dos municípios na construção de políticas e de programas alicerçados em tecnologias que promovam junto dos munícipes esta cultura de proteção ambiental. É o caso das aplicações de incentivo a ações de voluntariado, que se traduzem em benefícios concretos para os cidadãos - desde, por exemplo, entradas gratuitas em espaços públicos, formação em contexto de voluntariado, descontos nas entradas em eventos culturais ou desportivos, etc. As opções em termos de aplicações móveis são diversas e possibilitam que o munícipe possa interagir em tempo real com os responsáveis do município e vice-versa, onde quer que se encontrem e em qualquer momento.

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