10-07-2017
MAIS CIDADE PARA INVISUAIS
As aplicações destinadas a auxiliar as pessoas com deficiência visual estão a atingir níveis de excelência assinaláveis. Por todo o mundo, são várias as empresas que se empenham em dar qualidade de vida a quem precisa. Portugal incluído.
Há tecnologias que vêem por pós. A mais recente invenção destinada a ajudar as pessoas cegas ou amblíopes nasceu em Viana do Castelo e dá pelo nome de "Incluso" . Trata-se de uma aplicação para ser utilizada no telemóvel e permite que os seus utilizadores circulem nas ruas sem receio de colidir com os obstáculos urbanos, ou andar nos transportes públicos de forma autónoma. O projeto está de pé desde Março deste ano e foi desenvolvido através de uma parceria entre a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
Segundo os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto, a aplicação "Incluso" ainda está em fase de distribuição pelos associados da ACAPO, uma vez que os aparelhos móveis para uso são dispendiosos. "Mas é muito importante que todos tenham uma vida com melhor qualidade e mais autónoma com a ajuda desta app móvel", como assegura Francisco Silva, presidente da delegação regional daquela associação. O modo de funcionamento é simples e eficaz: a aplicação possui uma voz que orienta o utilizador através do percurso, indicando as ruas e os locais de referência. Mas é no centro histórico de Viana que a aplicação mais revela a sua utilidade, pois avisa se a pessoa se aproxima de uma passadeira, qual o melhor caminho a seguir, se existe uma caixa de eletricidade ou de telecomunicações...
As aplicações destinadas a ajudar as pessoas com deficiência visual têm um longo historial, remontando à década de 1960, no Japão . Então, foram criados os primeiros indicadores tácteis de superfície de caminhada, os chamados "azulejos de ponto", que mais não são do que ladrilhos de barras colocados no chão, numa superfície direcional, fornecendo assim um percurso contínuo e demarcado para os peões com deficiência visual.
Viana do Castelo é a mais recente cidade portuguesa a aplicar tecnologias de auxílio às pessoas com deficiência visual. Da junção de esforços entre a ACAPO e o Politécnico local nasceu o projeto "Incluso".
Mas, como falamos do Japão, é certo que a tecnologia evolui rapidamente e para níveis de excelência. Por isso, atualmente, aquele país asiático possui 170 mil atravessamentos (passadeiras e outras), dos quais 10.570 têm sinais sonoros. Para auxiliar as pessoas com deficiências visual, existe um sistema global denominado PICS (Pedestrian Information and Communication Systems. Esse sistema, desenvolvido pela Universal Traffic Management Systems, utiliza as mais avançadas tecnologias de informação e comunicação, com o objetivo de promover uma circulação pedestre e automóvel segura, contribuindo, assim, para o bem estar da sociedade.
Ainda com origem no Japão, mas pelas mãos da Toyota (), está a ser desenvolvido o "Blaid", um aparelho portátil que será colocado nos ombros e dispõe de câmaras para reconhecer o local, orientando depois o utilizador para o rumo certo através de informações sonoras e vibrações. O Royal National Institute of Blind People classificou a aplicação como "um avanço emocionante". O aparelho vai dispor de tecnologias de geolocalização, identificação de objetos e reconhecimento facial. A Microsoft anunciou a criação de headphones que, além das tecnologias acima mencionadas, utilizam uma rede de balizas com informações de locais urbanos, que colocam em rede as pessoas com algum tipo de deficiência visual.
A PARADIGMSHIFT, através de tecnologias mobile, assentes em smartphones e tablets, está em condições de proporcionar as melhores escolhas existentes no mercado, tendo revelado já algumas das potencialidades de tecnologias de auxílio às pessoas com deficiência visual .
Na longínqua década de 1960, no Japão, foram aplicados os primeiros indicadores tácteis, colocados no chão, para auxiliar os invisuais a atravessar numa passadeira ou seguir um determinado percurso.
Nos Estados Unidos da América, país com cerca de 4,1 milhões de pessoas invisuais ou com algum tipo de deficiência, o National Eye Institute revela algumas das tecnologias e ferramentas que ajudam à realização de tarefas diárias, como mover-se em edifícios, atravessar uma rua ou andar nos transportes públicos. As inovações aproveitam uma tecnologia que permite que os computadores reconheçam e interpretem a variedade complexa de imagens, objetos e comportamentos no ambiente envolvente.
Esses sistemas auxiliares para pessoas com deficiência visual passam, por exemplo, por um bastão-robot, equipado com uma câmara 3-D computorizada e um pequeno motor, que guiam o utilizador na direção certa; pelo caminho, pode falar para um microfone, que interpreta comandos verbais; o bastão-robot estará também apto a receber, via wi-fi, a atualização em tempo real de plantas de edifícios. Outro dos "gadgets" é uma luva que identifica o tamanho e a forma de objetos como puxadores de porta ou garrafas de água. Há, ainda, um sistema que permite, por exemplo, que estudantes de Biologia explorem modelos anatómicos de um coração em três dimensões; o sistema emite informações sonoras exatas, pelo que o utilizador pode explorar de forma natural e confortável todas as superfícies e objetos circundantes.
Nos EUA, há cerca de 4,1 milhões de pessoas com deficiência visual. Várias inovações estão a ser estudadas e/ou aplicadas, como bastões-robot, ou luvas que identificam objetos como puxadores de porta ou garrafas.
As soluções tecnológicas de promoção do bem estar comum, e em concreto das pessoas com algum tipo de deficiência visual, constituem um dos avanços civilizacionais mais importantes da era moderna. Além de promoverem a segurança rodoviária, estes sistemas facilitam o quotidiano de muitos milhões de pessoas e contribuem para o bem-estar público.
RELACIONADAS