05-06-2017
MOBILIDADE ELÉTRICA, A PONTE PARA O FUTURO
A mobilidade elétrica é um tema cada vez mais na ordem do dia. Políticos e cidadãos aceleram as preocupações no sentido de encontrar soluções para uma circulação automóvel mais "verde" e um futuro livre de combustíveis fósseis.
Mudar a forma como nos movemos e incentivar a mudança, adotando a mobilidade elétrica como primeira opção, é uma atitude ambientalmente responsável e um bom contributo para o bom funcionamento e desenvolvimento sustentável das cidades. Os cidadãos exigem, cada vez mais, que as metrópoles onde vivem e trabalham sejam de "carbono zero", o que coloca desafios quer aos industriais, quer aos próprios responsáveis políticos locais. É a estes quem compete ordenar as cidades, articulando com os vários agentes ligados ao setor dos transportes as políticas de mobilidade traçadas ao nível da Administração Central.
A aplicação de tecnologias de informação e comunicação ao setor dos transportes é, neste sentido, fundamental para o desenvolvimento de sociedades modernas e competitivas. Em Braga, por exemplo, a Bosch tem instalada uma das maiores fábricas de sistemas de multimédia automóvel/infotainment e sensorização da Europa. Em parceria com a Universidade do Minho, a multinacional alemã tem vindo a dar passos importantes em áreas como a cibersegurança ou o desenvolvimento de sensores (para a avaliação do estado do piso, por exemplo) que são integrados em automóveis sem condutor.
Também o gigante norte-americano Tesla parece estar a ponderar a construção de uma "giga-fábrica em Portugal", apesar da forte concorrência de países como a Espanha, Holanda e França. Inclusive, já foi criado o movimento "Bring Tesla Gigafactory to Portugal", que conta com cerca de 75 mil seguidores e tem promovido algumas campanhas de sensibilização junto dos responsáveis pelo fabricante de baterias de iões-lítio para que a unidade seja instalada em terras nacionais.
A Tesla pondera abrir uma "giga-fábrica" em Portugal. A Bosch tem uma parceria com a U. Minho para o desenvolvimento de sistemas de multimédia automóvel e sensorização da Europa. As oportunidades estão à espreita...
Argumentos como a segurança, a estabilidade política e a "maior reserva de lítio da Europa" têm sido apresentados, mas o caminho a percorrer ainda é longo e serão necessárias negociações intensas até que haja perspetivas mais concretas acerca de quando é que a primeira pedra poderá ser lançada. As muitas horas de exposição solar verificadas em Portugal, e no Alentejo em concreto - na Amareleja, por exemplo, a central fotovoltaica construída em 2008 foi, então, a maior do mundo -, constituem um fator importante para seduzir os investidores, bem como a proximidade com Espanha e o Porto de Sines. Mas os tempos ainda são de expetativas...
Seja como for, o tema da mobilidade elétrica está na ordem do dia, como comprova a decisão do Governo de instalar um posto de carregamento para automóveis elétricos em todos os concelhos do território continental a partir do segundo semestre deste ano, estando em curso a análise para a colocação de postos nas duas regiões autónomas. Em 2016, ficou concluído o enquadramento jurídico da mobilidade elétrica em Portugal e foi iniciado o processo de definição dos procedimentos operacionais e das relações jurídicas entre os vários agentes da mobilidade elétrica, para que a mobilidade elétrica entre, ao longo do corrente ano, numa fase de mercado, na qual os diversos agentes assumirão, de forma plena, as suas responsabilidades.
Até ao final do corrente ano, Portugal Continental estará equipado com postos de carregamento para veículos elétricos. Com a publicação do quadro jurídico de relacionamento entre os vários agentes da mobilidade elétrica, a fase de mercado pode, enfim, avançar.
Para apoiar os consumidores particulares que pretendam aderir à mobilidade elétrica, há incentivos que vão desde a atribuição de uma verba (2.250 Euros) para aquisição de veículo elétrico, à isenção do pagamento do Imposto Sobre Veículos e do Imposto Único de Circulação, até à redução de taxas para veículos híbridos. As empresas também podem beneficiar de isenções várias nos impostos diretos sobre os automóveis a adquirir (elétricos e híbridos), numa ação que tem como objetivo incentivar a renovação das frotas automóveis empresariais.
A PARADIGMSHIFT, através de tecnologias mobile, assentes em smartphones e tablets, está em condições de proporcionar as melhores escolhas existentes no mercado para auxiliar os agentes políticos e económicos a tomar as melhores decisões rumo a uma mobilidade mais "verde". São disso exemplos a tecnologia iBeacon para os transportes públicos, ou a utilização de sistemas de georreferenciação que permitem tornar bem mais leve a pegada ecológica dos sistemas de transportes municipais.
As cidades têm um papel decisivo a desempenhar na mobilidade elétrica. Compete aos decisores políticos locais avançar com as iniciativas tendentes a fazer a transição rumo a uma mobilidade sustentável.
As cidades têm, portanto, um papel fundamental a desempenhar, já que poderão ser eles os primeiros interlocutores entre os agentes económicos locais e o poder central. É decisivo apoiar a transição rumo a uma mobilidade sustentável, concebendo sistemas eficientes de transportes públicos e políticas que evitem situações insustentáveis. Os decisores políticos locais devem pugnar no sentido de aumentar a eficiência dos transportes e a sua gestão, bem como reduzir os custos operacionais e aumentar o grau de prontidão dos serviços. Os mecanismos financeiros de apoio à modernização das frotas estão aí, resta saber aproveitá-los...
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