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13-03-2017

INTELIGÊNCIA NA LIMPEZA URBANA

Limpeza Urbana


O lixo que as cidades produzem pode ser um pesadelo ecológico e financeiro. As soluções inteligentes de tratamento de resíduos são o futuro, rumo a uma sociedade com uma consciência ambiental saudável e a cidades sustentáveis.


Limpeza urbana inteligente em nome da cidade do futuro

 

Consegue imaginar um futuro em que o lixo que produz é colocado num local seguro e "limpo"? E em que as periferias das grandes cidades não são utlizadas como depósitos dos detritos lançados diariamente? Pois bem , esse futuro não está assim tão longínquo quanto isso e já existem soluções inteligentes de tratamento dos resíduos, em que a "cadeia de remoção" funciona de forma tão eficaz quanto a "cadeia de depósito". Esse futuro implica não apenas a construção de infra-estruturas capaz de acolher o lixo das cidades modernas, como também a utilização do conhecimento existente acerca do percurso do lixo para promover uma sã consciência ambiental e cívica. Nas cidades do futuro, não mais haverá lixeiras a céu aberto e os detritos que produzimos serão praticamente 100 por cento recicláveis. Utopia? O futuro está ao virar da esquina...

De acordo com dados fornecidos pelas Nações Unidas, num relatório do seu Programa Ambiental (UNEP), são produzidas diariamente entre sete a 10 mil milhões de toneladas de lixo por ano em todo o mundo, com cerca de três mil milhões de pessoas (quase metade da população mundial) sem acesso a estruturas de despejo do lixo. Em Portugal, os números da Pordata, indicam que fomos, em 2014, o 21º país da União Europeia a 28 (aos quais se juntam a Islândia e a Noruega) na produção de lixo reciclável ou não reciclável, seja de origem animal, vegetal, química ou médica. O cenário até nos coloca numa posição bastante confortável face à média europeia, mas estamos aqui a falar de números absolutos, pelo que importa manter a rota ascendente em termos de qualidade do tratamento do lixo, para nos mantermos no pelotão da frente da União Europeia.

Cerca de metade da população mundial ainda não tem acesso a estruturas de despejo de lixo. Na União Europeia, Portugal está em 21º lugar na lista dos que mais produzem resíduos urbanos.

Em Nova Iorque (Estados Unidos da América), o município impulsionou um programa de melhoria dos serviços relacionados com a recolha e o tratamento dos resíduos urbanos denominado "TrashTrack". O referido programa foi elaborado pelo SENSEable City Lab e inspirado pelo NYC Green Initiative, tendo como foco a aplicação de tecnologias de desmaterialização de procedimentos no sentido de tornar a reciclagem um processo 100 por cento realizável.

Nesse sentido, o "TrashTrack" utiliza centenas de pequenas e inteligentes "tags" de localização, que são anexadas a diferentes tipos de lixo para que estes possam ser seguidos ao longo do seu percurso através do sistema de gestão de resíduos da cidade. Este sistema permite acompanhar o percurso dos resíduos produzidos diariamente, numa série de visualizações em tempo real, até ao destino.

Em Nova Iorque, os responsáveis políticos estão a aplicar ferramentas de desmaterialização de processos, no sentido de tornar os resíduos 100 por cento reclicáveis.

O projeto "TrashTrack" faz parte de um programa mais vasto aplicado na cidade, que tem por objetivo compreender o trajeto dos resíduos desde a origem, de modo a que os responsáveis políticos e técnicos da cidade de Nova Iorque possam implementar medidas que ajudem à mudança de comportamentos dos cidadãos rumo a uma cidade mais sustentável em termos ambientais.

LixoDito de outro modo: com a aplicação de tecnologias que permitem acompanhar o percurso dos resíduos sólidos urbanos, o "TrashTrack" permite que os técnicos municipais saibam exatamente onde se encontra determinado veículo, quais os itinerários escolhidos, que quantidades de lixo foram recolhidas, qual o nível de enchimento de cada veículo em determinado momento, que tipo de resíduos transporta o veículo "A" ou "B", entre outros. Por seu turno, os cidadãos têm o conforto de terem informação como: a que horas passa o veículo de recolha, que tipo de lixo vai recolher e que quantidade de lixo pode depositar naquele dia em concreto.

Em Berlim (Alemanha), os decisores políticos decidiram colocar caixotes do lixo "inteligentes" para tornar mais eficaz a recolha dos resíduos. Com mais de 21 mil caixotes espalhados pela cidade, obrigando a 4,6 milhões de despejos por parte dos funcionários, era necessário otimizar os recursos e, assim, saber onde estão os caixotes, com que frequência são despejados, em que percursos e qual o seu estado de conservação. Foi então desenvolvida uma aplicação "web-based", utilizável em dispositivos móveis.

Em Berlim, os mais de 21 mil caixotes de lixo urbano estão georreferenciados, pelo que os responsáveis técnicos municipais sabem quando e onde devem ser feitos os despejos, conferindo assim um grau de eficácia máximo ao trabalho no terreno.

Deste modo, os técnicos municipais puderam georreferenciar os caixotes do lixo, o que lhes permitiu saber exatamente onde eram necessárias as ações dos trabalhadores no terreno, em tempo real. Os caixotes estão equipados com sensores que avisam os serviços centrais quando estão no limite da capacidade, podendo então os trabalhadores receber a indicação precisa de onde devem atuar. Deste modo, não só os níveis de eficácia no trabalho aumentaram de forma significativa, como também foi possível poupar tempo e dinheiro (menos combustível gasto, menos emissões de CO2, menos veículos na rua sem necessidade). As ferramentas ao dispor dos decisores municipais existem, é necessário agora ter a visão de futuro para aplicá-las...

Como referência e para os leitores mais curiosos, deixamos no ar a sugestão de leitura do artigo editado por nós com o titulo BEACONS LIGAM LUGARES, TRANSEUNTES E MARCAS, bem como também, visitar a oferta de soluções neste domínio da PARADIGMSHIFT.

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