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14-11-2016

COMUNICAÇÃO DIGITAL, FATOR ESSENCIAL DE INCLUSÃO

Inclusão social - Município 360


O mundo é digital e é necessário que todos estejam munidos das ferramentas necessárias para entrar no mercado de trabalho, com especial destaque para os mais desfavorecidos. É sobre eles que devem incidir os maiores esforços de modernização dos países.


A comunicação é um fator determinante para a integração dos indivíduos na sociedade. Maior importância assume quando se trata de indivíduos nas chamadas franjas da sociedade, podendo ser estas entendidas como franjas sociais (fruto da iliteracia, por exemplo) ou económicas (famílias com poucos ou nenhuns rendimentos) ou culturais (minorias raciais, comunidades de imigrantes). Corrigir assimetrias é, pois, uma missão que entidades como os ministérios, secretarias de estado, autarquias ou organizações sem fins lucrativos se propõem cumprir e para a qual necessitam de ferramentas eficazes de agregação e tratamento de informação.

Segundo a Pordata (www.pordata.pt), a percentagem de pessoas consideradas pobres era de 47,8 por cento em 2014 (em 1994 era de 37 por cento). É importante salientar que depois de receberem apoios do Estado (pensões) essa percentagem baixa para 26,4 por cento. Se incluirmos a totalidade dos apoios sociais a percentagem desce para 19,5 por cento. Esta análise dá bem a ideia da dependência que uma parte significativa da população tem em relação aos apoios sociais.

combater à pobreza - Município 360 Ora, sendo as pessoas das classes sociais mais desfavorecidas aquelas que mais dificuldade têm em aceder aos meios tecnológicos que lhes permitam superar o risco de pobreza, há entidades como a rede TIC & Sociedade que dão particular atenção à info-exclusão. Com a coordenação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a rede TIC & Sociedade tem por objetivo fornecer as competências digitais necessárias a qualquer cidadão para que, independentemente da idade e condição económico-social, exerça o seu direito de cidadania.

Assim, o curso online em "Literacia Digital-MOOC-Literacia Digital" visa dar a oportunidade de conhecer e avaliar as competências digitais individuais, bem como estimular os participantes a familiarizarem-se com instrumentos e a incrementarem estratégias que os ajudem na função de "Padrinhos Digitais". O curso é gratuito e basta um computador com acesso à internet e um navegador - no final, adquirirão 21 competências digitais do referencial adotado.

O curso é certificado pela Escola Superior de Educação de Santarém (ESES) do Instituto Politécnico de Santarém e serão aprovados os participantes que concluam os quatro testes de avaliação com um mínimo igual ou superior a 75 por cento. Equivale ainda a dois créditos ECTS no curso de pós-graduação em Projetos e Internacionalização da ESES. Dado que uma das metas do curso é conferir aos participantes os instrumentos e as estratégias que possam ajudar no trabalho de "Padrinho Digital", foi criado um sistema de pontuação de avaliação a participação individual.

vivermos na era digital - Município 360 Na Guarda, o Fórum Politécnico #3 dedica-se ao tema das Tecnologias de Reabilitação e Apoio para o Bem-Estar e Acessibilidades, com incidência prática em áreas como a educação, saúde, ambientes domésticos assistidos, serviços de tecnologias de apoio e gerontotecnologia e na promoção de acessibilidades em ambientes, produtos e serviços. O Fórum debruça-se sobre projetos de I&D e atividades orientadas para o crescimento de redes de escolas e laboratórios multidisciplinares de relevância local, nacional e internacional e consequente evolução.

O Fórum Politécnico é promovido pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, em colaboração com o Programa de modernização e valorização do ensino politécnico, promovido pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, para potenciar e fortalecer "Cidades e regiões com conhecimento". A terceira edição é organizada com Instituto Politécnico de Guarda, com a colaboração da SUPERA - Sociedade Portuguesa de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade.

Como principais objetivos, destacam-se a identificação de ações e projetos que concorram para a implementação de políticas públicas sectoriais e responder a necessidades e objetivos específicos das regiões, do tecido social e empresarial. Além disso, contribuir para modernizar e reforçar o papel das instituições de ensino superior politécnico, com novas ofertas formativas e parcerias para o conhecimento e novos projetos práticos de I&D. Envolve atores da sociedade e do tecido produtivo, social e económico, público ou privado, investigadores, docentes e estudantes de institutos politécnicos.

A atividade de distribuição de refeições junto das populações mais carenciadas pode ser simplificada no processo de auxílio à inclusão social através da criação de cartões personalizados aos seus utentes. Nesses ficheiros electrónicos ficará contida toda a informação relevante respeitante a cada um dos casos.

Num outro registo de utilização das ferramentas digitais como forma de combate à pobreza e exclusão social, uma organização que se dedique, por exemplo, à distribuição de refeições junto das populações mais carenciadas pode simplificar todo o seu processo de auxílio à inclusão social através da criação de cartões personalizados aos seus utentes. Nesses ficheiros electrónicos ficará contida toda a informação relevante respeitante a cada um dos casos, com dados que podem ir desde a composição do agregado familiar, às necessidades alimentares específicas dos mesmos (no caso haver crianças, idosos ou doentes em situação de cuidados continuados) ou à situação profissional (desempregados).

Esta categoria de informação é de extrema utilidade para todos os agentes que se dedicam à promoção do reforço da integração de pessoas em risco de pobreza, ao combate à exclusão social e à promoção de políticas ativas de salvaguarda da coesão social. A articulação da execução dessas mesmas políticas é decisiva para a sua correcta aplicação, pelo que etapas como a digitalização das bases de dados e a partilha concertada da informação são passos sine qua non para um futuro melhor.

Portugal, com 28% das pessoas entre os 16 e 74 anos que nunca utilizaram a internet, está ainda longe da média da União Europeia a 28, que é de 18%.

Note-se, a este propósito, que apesar de vivermos na era digital, nem todos os adultos estão disponíveis para aderirem de moto próprio e com autonomia na sociedade moderna. Mesmo sendo utilizadores de alguns dos seus instrumentos (como o telemóvel ou até mesmo o computador), fazem-no de forma quase passiva como meros consumidores, já que estão indisponíveis para desenvolverem habilidades digitais, mesmo que em proveito próprio.

Dados do Instituto Nacional de Estatística relativos a 2015 revelam que há em Portugal 28 por cento de pessoas entre os 16 e os 74 anos que nunca utilizaram internet, ao passo que na União Europeia a 28 essa percentagem baixa para os 18 por cento. Portugal tem vindo a evoluir, conforme é possível constatar nos vários estudos existentes sobre a matéria, mas ainda está longe da média da União Europeia, sobretudo se atendermos às populações mais desfavorecidas.

Também na área das entidades que dedicam parte da sua atividade ao trabalho de voluntariado, o GRACE - Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial promove diversas iniciativas de combate à exclusão social, entre as quais o GIRO. Ao longo de oito edições já realizadas reuniu mais de 4600 voluntários, com benefício direto a mais de 60 instituições e 17 mil pessoas em todo o território nacional. Esta iniciativa de voluntariado empresarial visa melhorar a qualidade de vida de jovens e de crianças em risco, idosos, à defesa dos animais e à recuperação de espaços naturais.

A economia do conhecimento deverá estar ancorada na ideia de que a alfabetização digital deve ser sinónimo de leitura correta e informada da realidade e de inclusão social. É através deste conhecimento que se combate a marginalização e os menos favorecidos adquirem novas aptidões determinantes para o seu futuro.

A iliteracia digital é encarada, cada vez mais, como um dos maiores problemas do analfabetismo dos tempos modernos. Por isso, é fundamental que as várias organizações (Estado e entidades privadas) unam esforços no sentido de promover a diluição das diferenças ainda existentes. A economia do conhecimento deverá promover as suas próprias soluções tecnológicas, ancorada na ideia de que a alfabetização digital deve ser sinónimo de leitura correta a informada da realidade e de inclusão social. É através deste conhecimento que se combate a marginalização e os menos favorecidos adquirem ferramentas para determinar o seu futuro.

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